quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Jogos Cooperativos


Jogos cooperativos têm por objetivo despertar a consciência de cooperação e promover efetivamente a ajuda entre as pessoas. Nele aprende-se a considerar o outro que joga como um parceiro, e não como adversário, fazendo com que a pessoa aprenda a se colocar no lugar do outro, e não priorizar apenas o seu lado.

Jogos Cooperativos são jogos para unir pessoas, e reforçar a confiança em si mesmo e nos outros, as pessoas geralmente participam autenticamente, pois ganhar ou perder não é o que realmente importa, e sim o processo como um todo. Assim também  ajudando as pessoas a se libertarem da competição, seu objetivo maior é a participação de todos por uma meta em comum, sem agressão física, e cada um no seu próprio ritmo.

Os jogos cooperativos ajudam as pessoas a aprenderem a trabalhar em grupos, muito por não existir uma faixa etária específica em cada jogo, desde crianças até adultos. O que mais importa em jogos cooperativos é a colaboração de cada indivíduo do grupo, e o que cada um tem para oferecer no momento da atividade.

Neste tipo de jogo, é reforçada a noção de grupo, porque uma determinada tarefa é cumprida de forma mais eficaz com a ajuda dos vários elementos da equipe. Pode haver uma competição entre duas equipes ou haver apenas uma equipe.


Tipos e Categorias de Jogos Cooperativos – Terry Orlick

Terry Orlick (1989, in Brotto, 2001, p.85), após ter estudado a aplicação dos Jogos Cooperativos, classificou os Jogos Cooperativos em diferentes Tipos e Categorias, que podem facilitar sua aplicação em diferentes ambientes, especialmente naqueles onde aind aprevalece uma cultura pouco cooperativa. São eles:

1. Jogos Cooperativos sem perdedores:
Jogos plenamente cooperativos, onde todos jogam para superar um desafio comum e pelo prazer de jogar. Nesta categoria, todos os participantes fazem parte de um mesmo time e o resultado é compartilhado. Muitas vezes, são jogos onde simplesmente não existe competição, mudando a visão de que só é divertido e só tem graça quando um ganha do outro.

2. Jogos de resultado coletivo:
Jogos que permitem a existência de duas ou mais equipes, sem que haja competição entre ambas, pois os objetivos e resultados são comuns, favorecendo a cooperação dentro de cada equipe e entre as equipes. Podemos, por exemplo, dividir uma equipe de basquete em dois grupos, que se posicionam um em cada tabela e tentam converter lances livres. O resultado é a soma dos pontos dos dois grupos. Podemos estabelecer uma meta comum para a equipe. Por exemplo, o desafio será considerado superado somente quando a soma dos dois grupos for maior que 100 pontos.

3. Jogos de inversão:
Jogos onde os jogadores experimentam situações de troca entre as equipes, favorecendo a consciência de interdependência, respeito, empatia, valorização dos parceiros de jogo e diminuição da preocupação excessiva com o resultado.

Tipos de Inversão:
Rodízio:
Os jogadores mudam de lado de acordo com situações pré-estabelecidas, como por exemplo: depois de sacar ou após a cobrança de um escanteio;

Inversão do goleador:
O jogador que marca o ponto (gol, cesta etc.) muda para o outro time;

Inversão de placar:
O ponto (gol, cesta etc.) conseguido é marcado para o outro time;

Inversão total:
É uma combinação das duas inversões anteriores. Tanto o jogador que fez o ponto como o ponto conseguido, passam para o outro time.

4. Jogos Semi-Cooperativos:Jogos indicados para iniciar a aplicação dos Jogos Cooperativos, especialmente num contexto de aprendizagem esportiva. Basicamente, são jogos com estruturas competitivas que contêm elementos de cooperação, favorecendo a diminuição gradativa da competição. Dentre estes elementos, podemos citar:

Todos jogam:
Todos que querem jogar e recebem o mesmo tempo de jogo;

Todos tocam/Todos passam:
A bola deve ser passada entre todos os jogadores do time, para que seja validado o ponto;

Todos marcam ponto:
Para que um time vença, é preciso que todos os jogadores tenham feito pelo menos um ponto. Dependendo do grau de habilidade do grupo, podemos considerar as tentativas que resultaram em bola na trave, aro da tabela ou um saque correto;

Todas as posições:
Todos os jogadores passam pelas diferentes posições no jogo.

Passe misto:
A bola deve ser passada, alternadamente, entre meninos e meninas;

Resultado misto:
Os pontos são convertidos, ora por menino, ora por menina.

A compreensão destas diferentes categorias de Jogos Cooperativos serve, entre outras funções, para facilitar sua aplicação de forma coerente com o ritmo e as características de um determinado grupo.

Toque importante: a formação de equipes
Fábio Brotto (2001) sugere que, após a escolha do tipo de jogo que será aplicado, comecemos a criar um ambiente propício para a aceitação e não discriminação entre os participantes. Normalmente, quando propomos um jogo na escola, no clube ou mesmo na rua, jogamos o “par ou impar” e escolhemos com critérios normalmente excludentes, como por exemplo, nossos amigos mais próximos e os mais habilidosos, deixando os “piores” para o final. Recordo-me que, quando criança, os “gordinhos” só jogavam se fossem os goleiros ou então os donos da bola. Este modelo é, ainda hoje, constantemente reproduzido por muitos professores que acabam agindo de acordo com esse condicionamento. Para “abrir estas panelinhas” podemos dividir os times de uma maneira mais criativa e cooperativa, separando os jogadores pelos critérios abaixo, conforme o próprio autor nos sugere (p.88):

· Mês de nascimento: grupo do 1º trimestre, grupo do 2º trimestre e assim por diante;

· Dia de nascimento: grupo da 1º quinzena, 2º quinzena e assim por diante;

· Preferências: quem prefere tal comida de um lado e quem prefere outra de outro lado;

· Inicial do nome: de A até H de um lado e de I até O do outro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário