segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Hipóxia



Hipóxia significa diminuição do aporte de oxigênio ou baixa concentração de oxigênio nos tecidos.

A palavra "hipóxia" vem do grego

 "hypos" = pouco, escasso +  "oxis", que indica que a palavra se trata de oxigênio.

No caso estamos isolando os efeitos da hipóxia que ocorre de forma ambiental, acima de 3000 metros e seu efeitos no organismo durante atividade física.

Leiam esse texto e discutiremos em sala sua implicação.

Discussão
Somente para atletas com um nível de condicionamento bem alto torna-se significativo o treinamento em altitude como estímulo adicional, visto que a melhora no desempenho ocorre em uma porcentagem mínima.

Porém, essa melhora de 1% na capacidade de executar exercícios de características aeróbicas pode representar uma porcentagem maior do que a diferença entre o campeão e o vice de uma prova.

Na Corrida de São Silvestre de 2007 (15.000 metros) a queniana Alice Timbilili venceu com o tempo de 53:07 (minutos:segundos) seguida pela brasileira Marizete Rezende, que conseguiu a segunda colocação com o tempo de 53:36, uma diferença de tempo de apenas 0,91%. Em junho de 2008 na Maratona de Londres (42.195 metros) o queniano Martin Lel venceu com o tempo de 2:05:15 (horas:minutos:segundos), enquanto o terceiro colocado, o marroquino Abderrahim Goumri, concluiu a prova em 2:05:30, somente 0,2% a mais de tempo que o vencedor. Com a marca deste ano, Martin Lel obteve o novo recorde da prova, ficando com um tempo de apenas 0,66% a mais do que o recorde mundial em maratonas, que é do etíope Haile Gebrselassie com 2:04:26.

Portanto, diferenças mínimas no desempenho podem fazer uma enorme diferença para a carreira de atletas de elite.

Existem divergências sobre qual é o principal fator que leva a um desempenho aprimorado após um período de treinamento na altitude. Seja por aumento no número e volume das hemácias, melhora na eficiência mitocôndrial e na fosforilação das isoformas de miosina ou melhora na economia do movimento, há um consenso na literatura de que o VO2max e o rendimento de atletas após um período de treinamento em altitude são aumentados.

Viver e treinar na altitude pode ser uma alternativa viável para atletas que estão no período regenerativo, onde a intensidade do treinamento é de leve à moderada.

A exposição intermitente a hipóxia pode ser usada por atletas ou equipes cujos calendários de competição não permitem o tempo adequado de aclimatação, minimizando assim o aparecimento de possíveis complicações durante uma exposição aguda à altitude.

A permanência na altitude e o treinamento numa altitude menor parece ser o modelo ideal a ser adotado como uma alternativa de otimizar os resultados obtidos com o treinamento. De acordo com as adaptações geradas para melhorar o transporte de oxigênio, o período pré-competição seria o melhor momento para a aplicação deste método, visto que seus efeitos dissipam-se num curto espaço de tempo.

Conclusão
Um treinamento realizado de maneira correta, ao nível ideal de altitude respeitando os períodos de aclimatação, com um acompanhamento nutricional e atingindo a intensidade de treinamento adequada, certamente será um diferencial para o desempenho de atletas de endurance. Os riscos existem, mas podem ser controlados e anulados tomadas as devidas precauções.

O treinamento na altitude pode ser usado de diferentes formas, de acordo com a disponibilidade de tempo e fase de preparação. Ocorrem algumas dificuldades em comparar resultados de diferentes estudos referentes ao tema, principalmente pelo nível de altitude, tempo de exposição e acompanhamento nutricional aplicados, além da individualidade biológica que leva a grandes variações nos resultados.

A realização de estudos futuros deverá concluir se a melhora no condicionamento ocorre pelos efeitos da altitude, ou por um favorecimento genético com relação à hipóxia.

Fonte: http://www.efdeportes.com/efd129/efeitos-da-exposicao-a-altitude-no-desempenho-fisico.htm
 
Por: 
Raphael Camargo de Araújo

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